Comércio projeta R$ 5,4 bilhões na Black Friday
Maior parte para hiper e supermercados, estima a CNC
Foto: Paulo Pinto O comércio brasileiro se prepara para um movimento histórico na Black Friday deste ano. A expectativa é de faturamento total de R$ 5,4 bilhões, o que marca um aumento de 2,4% sobre o registrado em 2024, já com a inflação descontada. Essa projeção abrange todo o mês de novembro, e não apenas o dia 28, quando cai a sexta-feira principal da campanha.
A data já figura como o quinto evento mais relevante para o varejo, atrás apenas do Natal, do Dia das Mães, do Dia das Crianças e do Dia dos Pais. Os setores mais aquecidos devem ser os de hiper e supermercados, com R$ 1,32 bilhão; eletroeletrônicos e utilidades domésticas, somando R$ 1,24 bilhão; e móveis e eletrodomésticos, que preveem R$ 1,15 bilhão. Em seguida, vêm vestuário, calçados e acessórios, com R$ 950 milhões; farmácias, perfumarias e cosméticos, em R$ 380 milhões; e livrarias, papelarias, informática e comunicação, totalizando R$ 360 milhões.
Fatores que impulsionam as compras
Vários elementos contribuem para esse otimismo no varejo. A queda do dólar facilita a importação de produtos, tornando itens estrangeiros mais acessíveis. A inflação perde fôlego, enquanto o emprego e a renda média dos trabalhadores sobem. No trimestre até setembro, a taxa de desemprego chegou a 5,6%, o menor patamar desde o início da série histórica do IBGE, em 2002.
Por outro lado, obstáculos limitam um salto ainda maior nas vendas. Os juros altos, com taxa média de 58,3% ao ano em créditos para pessoas físicas, representam o pico mais elevado para o período desde 2017. Além disso, 30,5% das famílias enfrentam contas atrasadas, o que freia o consumo. A concorrência de compras no exterior, via importações diretas, também rouba fatia do mercado interno.
Descontos em foco
Para mapear as promoções, a CNC monitorou diariamente os preços de 150 itens em 30 categorias. Setenta por cento delas mostraram potencial de corte acima de 5%, sinal de que as ofertas chegam com força. As reduções mais generosas devem aparecer em papelaria, com 10,14%; livros, em 9,02%; joias e bijuterias, com 9,01%; perfumaria, a 8,20%; utilidades domésticas, em 8,18%; higiene pessoal, com 8,11%; e moda, registrando 7,82%.
Raízes da tradição
A Black Friday no Brasil pega carona na versão americana, que surgiu como queima de estoques logo após o Dia de Ação de Graças, celebrado na última quinta-feira de novembro nos Estados Unidos. Em 2010, o evento movimentou R$ 1,52 bilhão por aqui, concentrado em poucos nichos, como móveis e eletrodomésticos, livrarias e papelarias, além de utilidades domésticas e eletroeletrônicos.
Dicas para evitar ciladas
As promoções atraem multidões, mas também espertinhos prontos para enganar. Para driblar riscos, vale desconfiar de descontos absurdos, que muitas vezes mascaram aumentos prévios nos preços. Compare valores ao longo do tempo com ferramentas online e cheque a fama da loja em sites de reclamações, sobretudo em plataformas novas.
Fique de olho nos prazos de entrega e nas regras de devolução antes de bater o martelo. Priorize endereços que começam com "https" e exibem o ícone de cadeado. Lembre-se: em compras pela internet, você tem sete dias para se arrepender e pedir o dinheiro de volta integral. Se rolar propaganda falsa ou prejuízo, reclame no portal consumidor.gov.br ou no Procon local.
Fraudes com toque de inteligência artificial
Um levantamento recente do Reclame Aqui revela que 63% das pessoas não sacam golpes montados com inteligência artificial. Para desmascarar essas armadilhas, observe vídeos com vozes ou falas robóticas, piscadas irregulares ou entonações mecânicas. Anúncios com famosos em situações esquisitas, como endossos não oficiais, merecem alerta.
Mensagens excessivamente formais, com repetições ou erros gramaticais sutis, e perfis falsos em redes sociais, sem histórico ou com interações automáticas, são bandeiras vermelhas. Imagens promocionais com logos tortos, sombras malucas ou proporções estranhas em mãos e objetos denunciam edição digital. Chats e e-mails que imitam humanos, mas respondem de forma padronizada, completam o kit de suspeitas.
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