Previsão de inflação encaixa na meta para 2025, apontam analistas
Economistas ajustam estimativas para baixo após dados positivos do IBGE
Foto: Rafa Neddermeyer Pela primeira vez neste ano, especialistas do mercado financeiro projetam que o IPCA, principal índice de inflação do país, vai ficar dentro da meta definida pelo Banco Central para 2025. A estimativa agora é de 4,46%, valor que cabe no teto de 4,5% estabelecido para o período, com variação de mais ou menos 1,5 ponto percentual em torno do centro da meta, que é de 3%.
Essa redução veio rápida: a previsão caiu 0,09 ponto percentual em relação à semana passada, quando estava em 4,55%. No começo do ano, em 10 de março, o número era bem mais alto, de 5,68%. Desde abril, as revisões para baixo não param, com cortes em 25 das últimas 30 semanas. Para os anos seguintes, as apostas são de 4,2% em 2026, 3,8% em 2027 e 3,5% em 2028.
Dados recentes impulsionam otimismo
A tendência de queda ganha força com os números fresquinhos do IBGE. Em outubro, a inflação subiu só 0,09%, a menor taxa para o mês em 27 anos, desde os 0,02% de 1998. Antes disso, setembro havia registrado 0,48%. No acumulado dos últimos 12 meses até outubro, o IPCA chega a 4,68%, o menor patamar desde janeiro, quando foi de 4,56%. Comparando, até setembro estava em 5,17%.
Esses indicadores mostram que os preços estão se acalmando, apesar de pressões pontuais como alimentos e combustíveis. O movimento alivia o dia a dia das famílias e dá fôlego para decisões de política monetária.
Governo recalibra cenários econômicos
O Ministério da Fazenda também entra na dança das revisões. A pasta baixou a projeção de crescimento do PIB para 2,2% em 2025, contra 2,3% divulgados em setembro. Para 2026, o número se mantém em 2,4%. Na inflação, as estimativas caem para 4,6% neste ano, ante 4,8% anterior, e 3,5% para 2026, em vez de 3,6%. A expectativa é que o IPCA atinja 3,2% já no segundo trimestre de 2027.
No Boletim Focus, relatório semanal do Banco Central que compila essas visões do mercado e foi divulgado nesta segunda-feira, 17, outras variáveis também mudaram de figura. O dólar comercial agora é cotado em R$ 5,40, uma fração abaixo dos R$ 5,41 da semana anterior. A taxa Selic, juros básicos da economia, segue ancorada em 15% ao ano. Já o PIB para este ano fica em 2,16%.
Esses ajustes pintam um quadro de estabilidade gradual, com o governo e o mercado alinhados em um caminho de controle inflacionário. Para o consumidor, significa menos pressão no bolso, mas ainda exige vigilância em um cenário global instável.
Siga-nos no Instagram para resumos e notícias diárias: @joinville_360





COMENTÁRIOS