Crise com o Congresso: Lula sanciona isenção do IR sem Motta e Alcolumbre
Cerimônia reúne governo em clima de tensão com Legislativo
Foto: Fabio Pozzebom Lula sanciona nesta quarta-feira a lei que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil. O ato, previsto para as 10h30 no Palácio do Planalto, acontece sem a companhia dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Interlocutores dos dois contam que simplesmente não rola clima para comparecer.
A ausência reflete o ar pesado entre Planalto e Congresso. Motta e Alcolumbre, que lideram as Casas, optam por ficar longe do evento, sinalizando o quanto as coisas andam complicadas. É o tipo de gesto que diz mais do que qualquer discurso formal.
Motta e o PL Antifacção no centro do debate
Tudo começou a azedar quando Motta pegou o Projeto de Lei Antifacção, de origem no governo, e entregou a relatoria para Guilherme Derrite (PP-SP), um nome da oposição. A ideia era equilibrar os debates na Câmara, mas o movimento pegou mal no Executivo. Desde então, a confiança entre os poderes deu uma guinada para o negativo, e esse episódio pesa na decisão de Motta de pular a sanção.
Na Câmara, a base aliada já sente o impacto. O gesto de Motta, mesmo justificado como forma de manter o debate imparcial, deixou sequelas que se estendem para outros fronts.
Alcolumbre e a indicação ao Supremo irritam o Senado
No Senado, o cenário não melhora. Alcolumbre não engoliu bem a escolha de Lula para a vaga no Supremo Tribunal Federal: o ministro da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias. A sabatina está agendada para 10 de dezembro, o que dá ao indicado só umas duas semanas para rodar pelos corredores e conquistar apoios.
O prazo curto já complica as coisas, mas o descontentamento pessoal de Alcolumbre com o nome agrava o quadro. Nos bastidores, senadores cochicham que rejeitar um indicado presidencial é raridade, mas não algo impossível. Se rolar, vai ser um baque histórico para o governo, que conta com a aprovação para reforçar sua influência no Judiciário.
A soma desses atritos explica por que os chefes do Legislativo preferem o sofá ao Planalto hoje. É um recado claro: as negociações andam travadas, e o diálogo precisa de um respiro urgente para não piorar.
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