Defesa de Bolsonaro contesta delação de Mauro Cid e cita perfil fake
Advogado questiona credibilidade de ex-ajudante em julgamento no STF

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou argumentos contundentes contra a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, no julgamento da Ação Penal 2668, que teve início na 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) em 1º de setembro de 2025. Segundo o advogado Celso Vilardi, Cid mudou sua versão diversas vezes e chegou a criar um perfil falso no Instagram, sob o nome @gabrielar702, para discutir a delação e criticar a condução das investigações.
Perfil Fake no Instagram
O perfil @gabrielar702 foi apontado como um dos pilares para questionar a credibilidade de Cid. A defesa de Bolsonaro alega que a conta, criada com o e-mail do ex-ajudante, foi usada para se comunicar com aliados e comentar a delação premiada. A empresa Meta confirmou a ligação do e-mail com a conta, reforçando os argumentos da defesa. Vilardi destacou que Cid, em depoimentos, negou qualquer relação com o perfil, mas a revelação trouxe dúvidas sobre a consistência de sua colaboração com a justiça.
Acusações de Golpe de Estado
A delação de Cid envolve denúncias de uma suposta tentativa de golpe de Estado após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022. Segundo o ex-ajudante, ele, Bolsonaro e aliados teriam "sentenças prontas" para justificar ações de permanência no poder. No entanto, Vilardi argumentou que Cid isentou Bolsonaro de qualquer plano concreto para impedir a posse de Lula, classificando as ações como meros "atos preparatórios" sem violência ou ameaça grave.
Defesa Nega Plano de Violência
A defesa de Bolsonaro também refutou qualquer ligação do ex-presidente com o suposto plano "Punhal Verde Amarelo", que envolveria atentados contra ministros do STF, o presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin. Vilardi enfatizou que não há evidências de violência ou ameaça concreta no caso. Ele ainda destacou que o Congresso Nacional analisou a reunião de 7 de dezembro de 2022, apontada como momento de planejamento do suposto golpe, e reforçou que o Brasil não pune atos preparatórios.
Próximos Passos no Julgamento
Após a sustentação oral da defesa de Bolsonaro, o julgamento prosseguiu com os argumentos do advogado do general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, que acompanhou a sessão presencialmente em 1º de setembro de 2025 com expressão séria. Em seguida, a defesa do ex-ministro Walter Braga Netto apresentou sua sustentação por videoconferência, buscando desmontar as acusações da Procuradoria-Geral da República (PGR).
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