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Joinville,27/09/2025

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Prof. João Réus Santos

A origem do povo judeu: Entenda os conflitos no Oriente Médio - Parte I

Entenda os conflitos no Oriente Médio

A origem do povo judeu: Entenda os conflitos no Oriente Médio - Parte I

Os conflitos no Oriente Médio, especialmente entre Israel e países árabes, dominam as manchetes globais há décadas. Guerras históricas e recentes na região têm raízes em disputas religiosas, territoriais, culturais, políticas e econômicas. Para compreender essas tensões, é essencial conhecer a origem dos povos envolvidos, começando pelo povo judeu. Nesta primeira parte de uma série especial, exploramos a história do povo judeu e sua relação com os conflitos regionais. Nas próximas reportagens, abordaremos os demais povos e Estados do Oriente Médio. 


Parte I 

A origem do povo judeu 

Raízes históricas e científicas 

A história do povo judeu remonta a cerca de 4.000 anos, na região de Canaã, onde hoje estão Israel, Palestina e partes de países vizinhos. Historicamente, os judeus descendem dos hebreus, um grupo semita que habitava o Crescente Fértil, uma área que incluía a Mesopotâmia e o Levante. Estudos genéticos modernos confirmam que os judeus compartilham ancestrais comuns com outros povos semitas, como árabes, assírios e fenícios, indicando uma origem comum entre as populações do Oriente Médio antigo. Arqueologicamente, evidências como as estelas de Merneptá (c. 1208 a.C.), que mencionam um grupo chamado "Israel" em Canaã, corroboram a presença de povos hebreus na região. 

Segundo a tradição bíblica, Abraão, patriarca do judaísmo, teria recebido uma promessa divina de que seus descendentes formariam uma nação em Canaã (costa oriental do mar Mediterrâneo, região de Israel, Palestina, partes do Líbano, Síria e Jordânia). Por volta do século XIII a.C., os hebreus, liderados por Moisés, protagonizaram o Êxodo do Egito, um evento narrado na Torá que marca a libertação da escravidão e a consolidação de uma identidade religiosa e cultural por meio da aliança com Deus. 

Após o Êxodo, os hebreus se estabeleceram em Canaã, organizando-se em tribos. No século XI a.C., formaram o Reino de Israel, que alcançou seu auge sob os reis Davi e Salomão. Jerusalém tornou-se a capital, e o Primeiro Templo, construído por Salomão, simbolizou o coração espiritual do judaísmo. 


Divisão, conquistas e o exílio 

Após Salomão, o reino se dividiu em Israel (norte) e Judá (sul). Em 722 a.C., os assírios destruíram Israel, dispersando suas dez tribos. Em 586 a.C., os babilônios conquistaram Judá, destruíram o Primeiro Templo e exilaram os judeus para a Babilônia. Esse exílio fortaleceu a identidade judaica, com a preservação da Torá e das práticas religiosas. 

No final do século VI a.C., sob o domínio persa, muitos judeus retornaram a Jerusalém e reconstruíram o Templo. Apesar disso, a região permaneceu sob controle de impérios como gregos, selênios e romanos. Em 70 d.C., uma revolta contra Roma resultou na destruição do Segundo Templo e na expulsão em massa dos judeus, iniciando a Diáspora. 


Diáspora e resiliência 

Por quase dois mil anos, os judeus viveram dispersos pelo mundo, enfrentando perseguições como as Cruzadas, a Inquisição e pogroms. Apesar disso, mantiveram sua identidade por meio da religião judaica, da língua hebraica e das tradições. A esperança de retornar à Terra Prometida permaneceu viva. 

No final do século XIX, o sionismo, liderado por Theodor Herzl, incentivou a migração judaica para a Palestina, então sob administração otomana e, posteriormente, britânica. A Declaração Balfour de 1917 apoiou a criação de um "lar nacional" judeu, intensificando a imigração. Após o Holocausto, que dizimou seis milhões de judeus, a ONU aprovou, em 1947, a partilha da Palestina, culminando na criação do Estado de Israel em 1948. 


Israel e os conflitos no Oriente Médio 

A fundação de Israel foi um marco para os judeus, mas gerou tensões com os árabes palestinos e países vizinhos, que viam o novo Estado como uma ameaça. Desde então, conflitos como a Guerra da Independência (1948), a Guerra dos Seis Dias (1967) e as Intifadas marcaram a região, envolvendo disputas por terras, recursos e soberania. 

A história do povo judeu, com sua conexão milenar à terra de Israel, é um elemento central para entender essas guerras. Questões religiosas, como a importância de Jerusalém para judeus, muçulmanos e cristãos, somam-se a rivalidades políticas e econômicas, tornando o Oriente Médio um dos pontos mais sensíveis do planeta. 


Próximos passos 

Na próxima edição desta série, investigaremos a origem e a história dos povos árabes e outros grupos que habitam o Oriente Médio, analisando como suas interações com o povo judeu moldaram os conflitos atuais. Fique atento para entender melhor as raízes de uma das regiões mais complexas do mundo. 



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