O trabalho de recuperação da Praia de Itapoá, no Norte catarinense, já alcançou 50% do total previsto. A obra é parte essencial da dragagem de aprofundamento do canal de acesso da Baía da Babitonga, que teve início em outubro. O material utilizado para recompor a faixa de areia são os sedimentos retirados do fundo do mar pela draga Galileo Galilei.

Do total de 8 quilômetros de praia a serem recuperados, 2 quilômetros foram totalmente finalizados. Outros 3 quilômetros tiveram a areia depositada na orla, mas ainda aguardam o processo de expansão. Do volume total de 5,8 milhões de metros cúbicos de sedimentos previstos, 2,8 milhões de metros cúbicos já foram depositados na praia, confirmando a marca de metade do projeto.

Iniciativa portuária inédita no país

O Porto de São Francisco do Sul, principal responsável pela coordenação dos trabalhos, confirma que a conclusão total da dragagem e do aprofundamento do canal de acesso está prevista para o segundo semestre de 2026. O presidente do Porto, Cleverton Vieira, destaca que o projeto é um dos mais significativos para a infraestrutura portuária e gestão ambiental do Brasil. A iniciativa, descrita como inédita no Brasil e uma das poucas realizadas no mundo, se destaca por unir engenharia marítima de alta complexidade, práticas de sustentabilidade, oceanografia e inovação ambiental.

Preparação para grandes embarcações

O aprofundamento do canal de acesso à Baía da Babitonga tem como objetivo principal possibilitar a atracação de embarcações de até 366 metros de comprimento. Com isso, o complexo portuário se tornará o primeiro no Brasil com capacidade para receber navios desse porte com carga máxima. Atualmente, o Complexo Portuário da Baía da Babitonga recebe navios de até 336 metros, com capacidade para 10 mil TEUs (contêineres de 20 pés). Após a conclusão da obra, essa capacidade aumentará para 16 mil TEUs.

Parceria de R$ 333 milhões

A obra, orçada em R$ 333 milhões, foi viabilizada através de uma parceria inédita entre os portos de São Francisco do Sul (público) e Itapoá (privado). Pela primeira vez no país, um porto público estabelece um contrato com um terminal privado para executar um projeto desta natureza. O Porto de São Francisco do Sul investirá R$ 33 milhões, enquanto o Porto Itapoá contribuirá com R$ 300 milhões.

O ressarcimento ao Porto Itapoá será realizado de modo parcelado até 2037. Os valores serão obtidos a partir do adicional de tarifas portuárias, geradas pelo acréscimo no número de navios e no volume de carga movimentada após a finalização do aprofundamento do canal.

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