O plenário da Câmara mantém o mandato de Zambelli, contrariando o STF
Deputada federal, condenada pelo STF e detida na Itália, é salva pela maioria insuficiente de votos para cassação
Foto: Lula Marques A Câmara dos Deputados rejeitou a cassação do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) em votação realizada no plenário na madrugada de 11 de dezembro de 2025. O resultado foi selado pela não obtenção da maioria absoluta necessária para a perda do cargo, livrando a parlamentar da punição que havia sido determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A votação na madrugada
Para que Carla Zambelli perdesse o mandato, eram necessários 257 votos. Contudo, a proposta de cassação obteve 227 votos favoráveis, 170 votos contrários e dez abstenções, totalizando 407 votos. Com 30 votos a menos do que o exigido, o processo foi arquivado, mantendo a parlamentar em sua função na Casa Baixa.
Poucas horas antes, o mesmo plenário havia analisado o caso do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), decidindo pela suspensão do seu mandato por seis meses, em vez da cassação.
Oposição à decisão do supremo
Ao rejeitar a cassação, a Câmara contrariou diretamente a determinação do STF. A condenação da deputada, proferida em maio de 2025 pela Primeira Turma da Corte, incluía, como pena acessória, a perda do mandato parlamentar.
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, reagiu ao resultado anunciando que iria recorrer ao STF por meio de um mandado de segurança, argumentando que a Mesa Diretora da Casa deveria ter apenas acatado e cumprido a decisão judicial de perda do mandato, sem levá-la à votação no plenário ou à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Detalhes da condenação e prisão
Carla Zambelli foi condenada a dez anos de reclusão em regime inicial fechado, além de multa, por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O crime foi perpetrado por meio da contratação do hacker Walter Delgatti Neto. A deputada também foi condenada por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal em um caso ocorrido na véspera do segundo turno das eleições.
Após a condenação, ela fugiu do Brasil, estando detida na Itália desde julho de 2025. A Justiça italiana tem um julgamento marcado para 18 de dezembro para decidir sobre o pedido de extradição feito pelo Brasil. Horas antes da votação no plenário, a CCJ da Câmara havia aprovado o parecer favorável à cassação da parlamentar.
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