Dirigente de entidade envolvida na farra do INSS tinha antecedentes por crime organizado
Líder de associação sob suspeita de fraude já foi alvo de prisão por organização criminosa
Foto: Carlos Moura/Agência Senado A investigação sobre a farra dos descontos indevidos em benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) revelou que um dos presidentes de associações envolvidas no esquema possuía um histórico criminal notório. O dirigente de uma das entidades que faturou milhões de reais por meio de convênios fraudulentos já havia sido preso anteriormente por envolvimento com organização criminosa.
O esquema bilionário
A Polícia Federal (PF) e a Controladoria Geral da União (CGU) deflagraram a Operação Sem Desconto, visando desarticular o esquema que consistia em descontos não autorizados na folha de pagamento de aposentados e pensionistas. As associações conseguiam o acesso aos dados e realizavam filiações falsas, descontando mensalidades dos benefícios previdenciários sem o consentimento dos idosos.
O montante movimentado pelas entidades sob suspeita é estimado em centenas de milhões de reais ao longo de cinco anos. As investigações indicam que o dinheiro era, posteriormente, lavado por meio de uma complexa rede de empresas de fachada. A Operação Sem Desconto, iniciada em abril de 2025, cumpriu diversos mandados de busca, apreensão e prisão, expondo a fragilidade do sistema de convênios.
Prisão anterior e modus operandi
O presidente da ONG em questão, que firmou convênios lucrativos com o INSS, já tinha um histórico ligado ao crime organizado. Ele foi detido em novembro de 2013 em São Paulo, na Operação Monte Sinai, que mirava uma organização voltada à prática de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.
Na ocasião, a Justiça determinou a prisão temporária do dirigente, que também foi alvo de busca e apreensão. A reincidência em atividades criminosas, agora sob o pretexto de uma associação civil que deveria zelar pelos interesses de aposentados, demonstra o uso de entidades do terceiro setor como fachada para crimes financeiros.
O papel das associações
As entidades civis se tornaram um canal para a fraude após firmarem acordos de cooperação técnica com o INSS que permitiam a consignação de mensalidades associativas diretamente nos benefícios. Relatórios da PF apontaram que, em muitos casos, as fichas de filiação apresentavam assinaturas falsas e milhares de reclamações judiciais eram registradas contra estas associações.
Um dos caminhos identificados pelos investigadores envolvia a transferência de valores das associações para empresas de fachada, muitas vezes ligadas a doleiros e figuras com antecedentes criminais, concretizando o ciclo de desvio e lavagem de capitais.
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