Seja bem vindo
Joinville,22/07/2025

  • A +
  • A -
Publicidade

Escândalo na Câmara: Hugo Motta é acusado de empregar parentes de funcionárias fantasmas

Reportagem revela que presidente da Casa contratou cinco familiares de servidoras com funções incompatíveis

Fonte: redação360/FolhaSP
Escândalo na Câmara: Hugo Motta é acusado de empregar parentes de funcionárias fantasmas Foto: Pedro Ladeira

Uma investigação da Folha de S.Paulo revelou que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), empregou em seu gabinete cinco parentes de funcionárias que exerciam atividades incompatíveis com seus cargos no Legislativo, conhecidas como "funcionárias fantasmas". A prática, que envolveu contratações desde 2017, levanta suspeitas de nepotismo e uso indevido de recursos públicos, com salários e benefícios que somaram R$ 112 mil apenas em 2025.

Entre as servidoras, estão uma fisioterapeuta, uma estudante de medicina e uma assistente social da prefeitura de João Pessoa, todas nomeadas como secretárias parlamentares, cargo que exige dedicação exclusiva de 40 horas semanais e proíbe o acúmulo de funções públicas. A investigação apontou que essas funcionárias não cumpriam a jornada exigida, pois exerciam outras atividades profissionais ou acadêmicas em horários conflitantes com o expediente da Câmara.

Gabriela Pagidis, filha de uma ex-chefe de gabinete de Motta, foi contratada em junho de 2017, com salário inicial de R$ 4,4 mil, e hoje recebe R$ 11,5 mil brutos, além de R$ 1,8 mil em auxílios. Durante o período, ela atuava como fisioterapeuta em duas clínicas em Brasília, com atendimentos confirmados em horários que coincidiam com o expediente parlamentar. Questionada, Pagidis afirmou que seu trabalho na Câmara envolvia "organização de agenda e eventos", mas disse que os atendimentos como fisioterapeuta eram esporádicos, encerrando a ligação ao ser confrontada sobre a conciliação das funções.

Outra funcionária, Monique Magno, filha de uma advogada que também trabalhou para Motta, foi contratada em junho de 2019, com salário atual de R$ 1,8 mil, mais R$ 1,8 mil em auxílios. Desde abril de 2021, ela acumula um cargo de assistente social na prefeitura de João Pessoa, com jornada de 30 horas semanais, o que é proibido pelas regras da Câmara. Documentos mostram que, ao ser contratada, Magno declarou não possuir outro vínculo público. Quando questionada pela Folha, ela confirmou trabalhar nos dois empregos e cuidar de uma criança como mãe solo, mas desligou a ligação sem detalhar como conciliava as funções.

A terceira funcionária, Louise Lacerda, filha de um ex-vereador aliado de Motta, está matriculada em um curso de medicina em tempo integral em João Pessoa desde 2018, ano em que foi contratada. Mesmo com a rotina acadêmica, ela segue na folha de pagamento da Câmara. Após a Folha procurar Motta em 8 de julho para esclarecimentos, ele ordenou a demissão de Pagidis e Magno, mas as exonerações ainda não foram publicadas no boletim da Câmara até 15 de julho.

Além dessas irregularidades, a investigação revelou que Motta empregou cinco parentes dessas funcionárias, incluindo a ex-sogra de seu pai, Maria do Carmo Brito, mãe de Milena Brito, ex-esposa de Nabor Wanderley, prefeito de Patos (PB) e pai do deputado. Maria do Carmo recebe R$ 2,9 mil brutos, mais R$ 1,8 mil em auxílios, desde julho de 2020. Em 2021, ela declarou à Justiça estar desempregada para justificar um pedido de usucapião de imóvel, omitindo seu vínculo com a Câmara.

A Folha cruzou dados de bancos oficiais, processos judiciais, redes sociais e acompanhou a rotina das servidoras para confirmar as irregularidades. O gabinete de Motta se recusou a fornecer registros de ponto ou detalhar as funções das funcionárias, alegando que elas atuam remotamente dentro das regras da Casa. Em nota, o deputado afirmou que "preza pelo cumprimento rigoroso das obrigações de seus funcionários", mas não apresentou documentos que comprovem a atuação das servidoras.

O caso expõe um possível esquema de favorecimento pessoal e político no gabinete de Motta, que está na Câmara desde 2011 e preside a Casa desde 2025. As denúncias reforçam críticas sobre a falta de transparência no uso de cargos comissionados no Legislativo, prática que, segundo a Folha, já custou mais de R$ 890 mil aos cofres públicos no caso de Gabriela Pagidis desde 2017.

Siga-nos no Instagram para resumos e notícias diárias: @joinville_360




COMENTÁRIOS

Buscar

Alterar Local

Anuncie Aqui

Escolha abaixo onde deseja anunciar.

Efetue o Login

Recuperar Senha

Baixe o Nosso Aplicativo!

Tenha todas as novidades na palma da sua mão.