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Joinville,22/07/2025

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Lula adota tom de confronto com centrão após derrotas no Congresso

Governo intensifica discurso pela taxação dos super-ricos para recuperar apoio popular, mas evita ruptura total com parlamentares

Fonte: redação360/FolhaSP
Lula adota tom de confronto com centrão após derrotas no Congresso Foto: Evarsito Sá

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mudou o tom e orientou seus aliados a endurecer o discurso contra o Centrão e a oposição, após uma série de reveses no Congresso Nacional. A decisão vem na esteira de derrotas sofridas pelo governo no debate sobre o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que expôs a fragilidade da base aliada. Segundo fontes próximas ao Planalto, Lula quer destacar que seu governo tem lado e não cederá na defesa de de suas políticas, mesmo diante da resistência de parlamentares de centro e direita, incluindo partidos que integram sua coalizão.

A frustração do governo é particularmente forte com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Eleito no início de 2025 com apoio do PT e do Planalto, Motta também conta com o respaldo do Centrão e da oposição bolsonarista, o que tem gerado tensões. Parlamentares do Republicanos, União Brasil, PP, MDB e PSD – que juntos controlam 11 ministérios – têm imposto derrotas ao governo, como a derrubada de decretos presidenciais, e cobram a liberação de emendas parlamentares, atualmente restritas por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Para contornar a crise, Lula determinou que sua equipe intensifique a narrativa da “justiça tributária”, com foco na taxação de grandes fortunas, uma pauta que, segundo governistas, tem forte apelo nas redes sociais. A estratégia visa recuperar o apoio popular, especialmente após a queda de popularidade apontada por pesquisas recentes, como a do Datafolha, que mostrou a aprovação de Lula em 24%, a pior de seus mandatos. Apesar do tom mais combativo, o governo busca evitar um rompimento definitivo com o Congresso, mantendo alguns aliados fora do embate para preservar canais de diálogo com líderes como Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).

A pressão sobre o governo aumentou após o aumento do IOF em maio, medida necessária para cumprir as metas fiscais sem cortar gastos sociais. O recuo parcial na alta do imposto, negociado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, incluiu propostas como o fim de isenções para investimentos incentivados e aumento de tributos sobre apostas online, fintechs e Juros sobre Capital Próprio (JCP). Ainda assim, a resistência do Centrão e a falta de articulação política preocupam petistas, que temem repetir o cenário que culminou no impeachment de Dilma Rousseff em 2016.

Enquanto o Planalto aposta no discurso de taxação dos super-ricos para reconquistar a opinião pública, a relação com o Congresso segue delicada. A cúpula do governo reconhece que, sem avanços na liberação de emendas, pautas prioritárias podem travar até o recesso parlamentar de julho. A estratégia de Lula, agora, é equilibrar o confronto público com a manutenção de pontes com o Centrão, enquanto tenta fortalecer sua base popular para as eleições de 2026.




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