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Joinville,26/07/2025

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Diário de Bordo

Minha timeline Iron Maiden

Apenas um sonho

Minha timeline Iron Maiden

Apenas um sonho

O ano era 1983, no auge dos meus 13 anos, ouvi Iron Maiden pela 1ª vez. Não gostei muito, afinal, gostava de Nazareth e achei Iron um pouco pesado. Mas meus amigos do bairro Abranches, em Curitiba — o Rei, Marcos, Torto, Bira e alguns outros — ouviam Iron. Inclusive, na casa do Torto tinha um pôster na parede, era incrível kkkk. Então comecei a ouvir com eles e fui tomando gosto. Naquela época só olhávamos o pôster e ouvíamos LP, nada de ver a banda em movimento. Mas daí chegou 1985 e assisti, em uma emissora de televisão, o mais porrada ROCK IN RIO de todos os tempos. Após a novela, entravam os shows ao vivo na TV. E ver Iron Maiden no palco foi eletrizante, sem palavras para descrever o que era a banda tocando os clássicos que ouvíamos no LP e ver o Eddie no palco. Pronto! Um sonho realizado! E na minha cabeça, faltando um mês para meus 15 anos, imaginar ver um show ao vivo era um sonho muito distante. No mesmo 1985, meus pais se mudaram para Joinville. Eu gostava de estar com meus amigos roqueiros de Curitiba e vir para Joinville foi complicado. Eu achava que ninguém gostava de rock aqui kkkk. Todavia, logo fiz novos amigos através do rock. Olhava dois caras na escola todo dia com jaquetas de capas de discos pintadas nas costas, patches com nomes de bandas. Pensei: preciso fazer amizade com esses caras! Logo no início de 86 conheci o Ricardo Caverna e Alexandre Remédio (esse apelido “Remédio” explico em outra oportunidade). Fundamos o Black Demon Heavy Metal Fã Club. Era apenas um ponto de encontro em uma meia-água de madeira atrás da casa do Ricardo, toda revestida de lona preta, cruz de cabeça pra baixo e, claro, algumas caveiras kkk. Ali tinha um toca-discos e muitos LPs, e nós juntávamos os discos, bebíamos e madrugávamos jogando conversa fora. Naquela época aconteciam vários shows de rock na cidade, mas eu sempre pensava no show do Iron Maiden.


Parque Antártica – São Paulo

Passados alguns anos, mais precisamente em 1992, eu trabalhava em uma empresa e estava em atendimento externo. Chegando na empresa, a telefonista falou: “É para você retornar a ligação para esse número de Curitiba, um cara quer falar com você”. Liguei e era o Carlos, da extinta Jukebox Discos. Fiquei um pouco surpreso com a ligação. Mas o convite deixou-me em êxtase: “Cara, estou fazendo uma excursão para o show do Iron Maiden em São Paulo, lançamento do disco Fear of the Dark, no Parque Antártica, dia 1º de agosto de 1992. Estou lotando o 2º ônibus.” Chegou a tão sonhada oportunidade de ver o Iron, ao vivo e a cores! Confirmei minha ida, era um convite que nunca imaginei receber. Chegando em Curitiba, fomos ao show em cinco ônibus lotados, total de 210 roqueiros empolgados. Eu só falava: “Se eu ver o Steve Harris tocando de perto e tocarem The Number of the Beast e acabar o show, eu já estou feliz!” kkkk. Nessa época não tinha pista premium, era tudo pista ou arquibancada. Nosso setor era pista, então, quem chegava primeiro ia indo para a frente do palco. Chegamos em São Paulo e fomos todos para a Woodstock Discos pegar os ingressos que o Carlos havia comprado. Foi minha primeira visita à loja. Hoje em dia, bato cartão todas as vezes que vou a Sampa: tomar uma gelada com meu amigo Walcir e falar de música. Andamos a pé pra lá e pra cá, até irmos para o estádio. Foi uma aglomeração na entrada; todo mundo se empurrando; polícia dando cacetada na turma; mas entramos às 16h no estádio. Ficamos bem na frente do palco, uns três metros de um tapume preto de madeira que nos separava do palco. Infelizmente, não tinha quase nada de cenário, só uns banners laterais com a capa do disco. Mas era o Iron Maiden! Incrível! A banda Thunder tentou fazer o show de abertura, mas, a cada intervalo de música, a galera só gritava: IRON, IRON. Os caras conseguiram tocar pouco, a pressão era grande. Então subiu ao palco IRON MAIDEN! Chorei? Claro que chorei. Era incrível! Haviam passado nove anos da primeira vez que ouvi a banda e sete anos pós-Rock in Rio. Voltei em êxtase para Joinville. Só pensava se voltariam novamente. Então fiquei um período indo a vários outros shows de heavy metal.


Autódromo de Interlagos – São Paulo
Um dia, meu amigo Carlos Fischer me convidou para ver o Iron Maiden em 2009, no Autódromo de Interlagos, no dia 15 de março. Partimos de carro de Joinville, eu dirigindo e ele dormindo kkkk. Vou dar um desconto porque médico faz muito plantão e dorme fácil nas folgas kkkkk. Foi mais uma aventura divertida, onde tive que bater palma em uma casa para pedir para guardar o carro próximo ao autódromo, e, depois de algumas tentativas, consegui — e o carro ficou bem guardado. Foi um show só com o Iron, sem banda de abertura e muita lama no gramado do autódromo. Mas teve cenário, Eddie e os clássicos da banda, um atrás do outro.


Bioparque – Curitiba

Em 24 de setembro de 2013, chegou a vez de assistir à minha 3ª vez de Iron Maiden. Dessa vez fui com meu amigo Eduardo Fischer (irmão do Carlos).
Neste dia tocaram Ghost, Slayer e Iron. Assistir ao Slayer foi outra realização, mas aqui o papo é Iron Maiden. Foi um puta show! Cenário, clássicos da banda e, claro, muito frio em Curitiba. Eu só tinha levado uma jaqueta. Ainda bem que me embriaguei de cerveja, ajudou um pouquinho. Boa desculpa kkkk.


Allianz Parque – São Paulo
No dia 26 de março de 2016, parti sozinho de avião para São Paulo assistir ao meu 4º show da banda, na “The Book Of Souls World Tour”. Fiquei impressionado já no aeroporto de Joinville: tinham umas 10 pessoas com a camisa da banda, e só uns 20 passageiros. Achei uma boa média, afinal, lembrei da minha 1ª ida de excursão com a metade da galera bêbada antes de sair de Curitiba kkkkk. Teve os shows de abertura com The Raven Age (banda do filho do baixista do Iron, Steve Harris) e show com Anthrax (esse guardado no coração, outro sonho realizado). Como sempre, fiz vários amigos, muita cerveja no bar da Mancha Verde à tarde, e muito chope no bar em frente ao hotel no pós-show. No aeroporto de Joinville, embarcou um casal de Corupá, o Miojo e sua esposa Dagmar. Em SP, dividimos táxi para todo lado: Galeria do Rock, Woodstock, Bar da Brahma e, por coincidência, ainda estavam no mesmo hotel que eu. Então fomos para o hotel, show, hotel, choperia e voltamos para o aeroporto no outro dia. Até hoje tenho contato com esse casal.

Estádio Morumbi – São Paulo
Já em 2019, no dia 6 de outubro, lá estava eu novamente voando para SP para assistir ao meu 5º show, agora no Morumbi. Novamente, The Raven Age fez a abertura e, na sequência, mais um show incrível do Iron Maiden. Avião no palco, Eddie, muitos fogos e uma sensação de quero mais. Um show incrível! Eu fiquei bem próximo ao palco, sem explicação o que é estar ali.




Rock N Roll Ribs – Flórida
Já em dezembro do mesmo ano, eu tinha programado uma viagem para os Estados Unidos. Uns três meses antes de ir, soube, através de uma matéria, que o Nicko McBrain mora na Flórida e tem um bar. Na hora pensei: vou tentar ir nesse bar. Um mês antes de viajar, soube que o aniversário do bar seria comemorado no dia 14 de dezembro, exatamente o dia que tinha programado de sair de carro de Miami para Orlando. Então me organizei e fui em direção ao local com o inseparável Google Maps. Já tinha assistido no YouTube que, nos aniversários, ele fica lá. Cheguei um pouco depois do meio-dia no bar. Tinha uma tenda externa com palco montado, feira de CDs e LPs. E, para minha grata surpresa, lá estava ele: Nicko McBrain, de calça de moletom, camiseta, chinelo de dedos e um par de baquetas debaixo do braço. Andou no meio da galera sem ninguém incomodar. Subiu no palco, ajustou a bateria e passou o som. Cheguei até ele e falei no meu tradicional inglês kkkkk. “Cara, sou muito fã da banda, seu fã”, falei que tinha assistido a cinco shows, mostrei minha tatuagem do Iron e fiz uma foto. Na sequência, ele fez a abertura do evento. Na volta de Orlando, para embarcar em Miami, passei lá novamente, almocei o tradicional hambúrguer e fiz muitas fotos dentro do bar. Como bom brasileiro, peguei vários cardápios e cartões de lembrança, e até hoje dou de presente para meus amigos kkkk. Ainda sou muito impactado com esse momento — um sonho mais que realizado.

Pedreira Paulo Leminski – Curitiba
Mas é claro que não sosseguei, e em 26 de agosto de 2022, lá fui eu novamente para meu 6º show do Iron Maiden. E, para lembrar dos velhos tempos, fui de excursão organizada pelo meu amigo Alan. Fomos de van com saída do Maga Tattoo. Já queimamos na largada: sentei-me no fundão da van e, com 50 metros percorridos, o Fernando já abriu uma caixa térmica recheada de cerveja. Estavam na van o bom e velho amigo Chipas, o Rubão, Lamin, Dego e mais um bando de loucos. Como são uns 130 km até a Pedreira Paulo Leminski, em Curitiba, já chegamos conservados no álcool kkkkk. Dessa vez, fiquei ainda mais perto do palco, me perdi de todo mundo, mas encontrei meu amigo Gui Fritz. E ali curtimos todos os grandes clássicos da banda, que, mesmo ouvindo desde 1983, é sempre atual.


De todas as bandas gringas que já assisti, o Iron é a única que vi tantas vezes ao vivo. Se você não assistiu ainda, então corre, não perca a próxima oportunidade. A banda está na estrada há muito tempo e, se eu já estou velho, imagina eles kkkk. Uma hora o gás acaba. Quem sabe nos encontraremos no próximo show do Iron? Ah, e se tiver a oportunidade de conhecer o bar, não perca tempo. É um museu da banda, com muitos discos de ouro, guitarras, a bateria do Nicko, cervejas, hambúrguer e souvenir para trazer de lembrança — e tem os cardápios e cartões kkkk. O aniversário do bar geralmente é comemorado em um sábado e domingo, no início de dezembro.

Instagram: @sandrooliveira70
Segue o bar aí: @rocknrollribs




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