José Antonio Kast Rist, de 59 anos, consolidou-se como a principal figura da ultradireita chilena e é o favorito nas eleições presidenciais que acontecem em dezembro de 2025. O advogado e ex-deputado busca o Palácio de La Moneda pela terceira vez, liderando o Partido Republicano (PR), legenda que fundou em 2019. Sua ascensão política está ligada a um sentimento de descontentamento com a gestão de Gabriel Boric e ao medo crescente da população em relação à criminalidade e à imigração.

Trajetória Política e a Busca pelo Voto

Nascido em 18 de janeiro de 1966 em Santiago, Kast iniciou sua carreira como conselheiro municipal de Buin, entre 1996 e 2000. Depois, foi eleito deputado em 2001, mantendo-se no cargo por quatro mandatos consecutivos até 2018. Por anos, foi um membro proeminente da União Democrata Independente (UDI), partido de direita que foi um pilar durante a transição democrática.

Sua primeira tentativa de Presidência ocorreu em 2017, quando concorreu de forma independente, sem sucesso. Em 2019, deixou a UDI para fundar o Partido Republicano. Em 2021, disputou novamente a eleição, mas foi derrotado no segundo turno pelo esquerdista Gabriel Boric.

Após a derrota, Kast e seu partido continuaram a construir força política, culminando na vitória esmagadora na eleição para o Conselho Constitucional em maio de 2023. O Partido Republicano obteve a maior bancada, garantindo o controle do processo de redação da nova proposta de Constituição e demonstrando o ganho de espaço de suas pautas conservadoras no cenário nacional.

O Perfil Pessoal e as Ligações Históricas

Kast é advogado e católico praticante, casado com María Pía Adriasola Barroilhet, com quem tem nove filhos. Sua visão política é profundamente conservadora nos costumes, defendendo a vida “desde a concepção até a morte natural” e se opondo ao aborto e a políticas de gênero.

O candidato é frequentemente questionado sobre o passado de sua família: seu pai, Michael Kast, foi um oficial do Exército Nazista que emigrou para o Chile após a Segunda Guerra Mundial, e seu irmão mais velho, Miguel Kast, foi ministro da Economia durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). O candidato não renega a ligação com Pinochet, assumindo afinidade com o regime autoritário.

Campanha Focada em Ordem e Segurança

A campanha de 2025 se concentrou nas duas maiores preocupações percebidas pelos chilenos: a segurança pública e a crise imigratória. Kast defende uma política de “linha-dura” contra o crime organizado, que ele associa diretamente ao aumento da sensação de insegurança.

No tema da imigração, sua plataforma é rigorosa, defendendo a deportação imediata de imigrantes em situação irregular, prometendo uma postura decisiva para proteger as fronteiras. Embora dados oficiais não corroborem a dimensão da crise percebida, a pauta da ordem tem sido o motor de seu apoio popular.

Sua candidatura se beneficia do desgaste da esquerda e do Partido Comunista, representado por sua adversária no segundo turno, Jeannette Jara. Kast se apresenta como o salvador da nação, adotando o slogan “sem comunismo” e fortalecendo o discurso de que a eleição é uma luta entre o bem e o mal.

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