Porto de SFS ganha ampliação com R$ 324 milhões em investimentos
Maior obra de dragagem do país começa em breve

A maior obra de dragagem do Brasil terá sua ordem de serviço assinada em breve, marcando o início de um projeto ambicioso no Porto de São Francisco do Sul, em Santa Catarina. Com um investimento de R$ 324 milhões, a iniciativa vai aprofundar o canal de acesso ao Complexo Portuário da Baía da Babitonga, permitindo a atracação de navios maiores e impulsionando a economia local.
Detalhes da obra
A empresa belga Jan De Nul, vencedora da licitação, será responsável pela execução do projeto, que aumentará o calado do canal de 14 para 16 metros. A draga Galileo Galilei, já conhecida pelo trabalho de engordamento da praia de Balneário Camboriú, será utilizada na obra. A previsão é que a draga chegue ao local até o final do ano, mas o Porto de São Francisco trabalha para cumprir as exigências ambientais e antecipar o início para novembro. A conclusão está prevista para o segundo semestre de 2026.
Parceria inédita
Pela primeira vez no Brasil, um porto público e um privado unem forças para uma obra dessa magnitude. O Porto de São Francisco do Sul aporta R$ 24 milhões, enquanto o Terminal Portuário de Itapoá investe R$ 300 milhões, em uma Parceria Público-Privada (PPP). O valor investido pelo terminal privado será ressarcido até 2037, com base no aumento das tarifas portuárias geradas pelo maior fluxo de navios e volume de cargas após a conclusão da obra.
Impacto no porto
Com o aprofundamento do canal, o Complexo Portuário da Baía da Babitonga poderá receber navios de até 366 metros de comprimento, com capacidade para 16 mil TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés). Atualmente, o porto comporta embarcações de até 336 metros, com limite de 10 mil TEUs. Essa ampliação colocará o porto catarinense como o primeiro do país capaz de receber navios de grande porte com carga máxima, equiparando-o a gigantes como o Porto de Santos.
Benefícios ambientais
Um diferencial da obra é o destino dos sedimentos retirados do mar. Dos 12,5 milhões de metros cúbicos de areia dragados, metade será usada para o engordamento da orla de Itapoá, que sofre com erosão marítima. Essa será a maior obra de alargamento de praia do Brasil, beneficiando 8 quilômetros de faixa de areia. O projeto é o primeiro no país, e o segundo no mundo, a utilizar sedimentos de dragagem portuária para recompor uma praia, seguindo o exemplo de uma iniciativa na Austrália.
Fiscalização rigorosa
Para garantir a qualidade da obra, as empresas Geplan e Prosul, selecionadas por licitação, foram contratadas por R$ 9 milhões para fiscalizar todas as etapas. Além de monitorar o andamento, elas analisarão a compatibilidade dos sedimentos depositados na praia e a modelagem topográfica da área, além de assegurar que o aprofundamento e alargamento do canal sigam as especificações técnicas.
Impacto econômico
O governador Jorginho Mello destaca os benefícios da obra: “Com o aumento do calado e da largura do canal, poderemos competir com os maiores portos do Brasil. Isso significa mais navios, mais cargas e, principalmente, mais empregos, trazendo ganhos para transportadores, comerciantes e toda a região.” A ampliação deve fortalecer a economia catarinense, com impactos positivos em geração de empregos e competitividade no setor portuário.
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