A decisão de Padilha também é influenciada pela impossibilidade de participar do encontro da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), marcado para Washington. Diferentemente da Assembleia-Geral da ONU, onde os EUA são obrigados a permitir a entrada de convidados, a participação na Opas não foi autorizada sem restrições. Caso viajasse, Padilha ficaria limitado a um perímetro de cinco blocos ao redor de seu hotel, com acesso apenas à sede da ONU e à missão brasileira, salvo em casos de emergência médica, que exigiriam autorização especial.

Diplomatas brasileiros classificaram as restrições como humilhantes. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, informou que o Itamaraty acionou o secretário-geral da ONU, António Guterres, e a presidência da Assembleia-Geral para interceder junto aos EUA. Vieira descreveu as limitações como "injustas e absurdas", pedindo a intervenção da ONU para reverter a situação, embora a expectativa de mudança seja baixa.

As restrições a Padilha têm origem em sanções aplicadas pelos EUA devido à sua participação na criação do programa Mais Médicos, durante o governo Dilma Rousseff. Apesar da possibilidade de participar da Assembleia-Geral da ONU, as condições impostas dificultam a agenda do ministro, reforçando sua inclinação por cancelar a viagem.