O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi preso novamente na manhã desta sexta-feira (13) em Brasília, sob a acusação de mentir em depoimentos prestados ao Supremo Tribunal Federal (STF) e de tentar deixar o país. A prisão, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, ocorre em meio a investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, onde Cid é uma figura central devido à sua delação premiada.

Cid, que já havia sido preso em 2023 e 2024 por questões relacionadas a fraudes em cartões de vacinação e obstrução de Justiça, voltou ao centro das atenções após a Polícia Federal identificar inconsistências em suas declarações. Segundo fontes próximas à investigação, o militar teria usado um perfil falso no Instagram para compartilhar informações que contradizem os termos de sua delação, homologada pelo STF em 2023. Além disso, há suspeitas de que ele planejava fugir do Brasil, o que agravou sua situação perante a Justiça.

A delação de Cid tem sido peça-chave nas investigações que apuram articulações golpistas, incluindo reuniões com militares, repasse de dinheiro e a elaboração de uma minuta para anular as eleições de 2022. No entanto, posts recentes em redes sociais sugerem que o tenente-coronel pode ter feito um “jogo duplo”, fornecendo informações à PF enquanto mantinha conversas paralelas que comprometem a credibilidade de seu acordo. Durante a audiência no STF, Cid negou as acusações de mentir, mas prints de suas interações online, revelados pela PF, indicam o contrário.

A nova prisão do militar, que foi encaminhado ao Batalhão de Polícia do Exército em Brasília, levanta dúvidas sobre o futuro de sua delação e o impacto nas investigações envolvendo Bolsonaro e outros aliados. A defesa de Cid ainda não se pronunciou oficialmente, mas o caso promete novos desdobramentos nos próximos dias.