Operação em SC prende 38 e mira lavagem de dinheiro de facção criminosa
Ação conjunta da Polícia Civil e Ministério Público desarticula rede financeira de organização catarinense em cinco estados

Uma megaoperação policial sacudiu Santa Catarina na manhã desta terça-feira (10), com o cumprimento de 38 mandados de prisão e 70 de busca e apreensão em cinco estados brasileiros. Batizada de "Veritas Pecuniae" (a verdade do dinheiro, em latim), a ação teve como alvo uma facção criminosa catarinense envolvida em um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro, que movimentava milhões provenientes de atividades ilícitas, como tráfico de drogas e outros crimes organizados.
A operação, liderada pela Polícia Civil de Santa Catarina em parceria com o Ministério Público, foi desencadeada após meses de investigações que mapearam a estrutura financeira da organização. Os alvos principais eram os responsáveis por "limpar" o dinheiro sujo, utilizando empresas de fachada, contas bancárias de laranjas e investimentos em bens de alto valor, como imóveis e veículos de luxo. Além de Santa Catarina, os mandados foram cumpridos em São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul, evidenciando a amplitude da rede criminosa.
Integração e inteligência no combate ao crime
A ação contou com o suporte do Projeto I.M.P.U.L.S.E., iniciativa do Ministério da Justiça e Segurança Pública que promove a integração entre polícias de diferentes estados. "Essa operação é um marco na luta contra o crime organizado. Atacamos diretamente o coração financeiro da facção, cortando sua capacidade de operação", afirmou Rodney da Silva, diretor de Operações Integradas e de Inteligência da Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP).
Durante as buscas, os agentes apreenderam documentos, dispositivos eletrônicos e bloquearam contas bancárias ligadas aos investigados. A operação também revelou o uso de estratégias complexas para ocultar a origem ilícita dos recursos, como transferências internacionais e investimentos em setores como construção civil e comércio.
Impacto em Santa Catarina
Em Santa Catarina, cidades como Florianópolis, Balneário Camboriú e Joinville estiveram no foco da operação, áreas conhecidas pelo alto padrão de vida e que, segundo as investigações, serviam como base para os esquemas de lavagem. A Polícia Civil destacou que a facção catarinense, embora com forte atuação local, estabeleceu conexões com grupos criminosos de outros estados, o que ampliou o alcance de suas atividades ilícitas.
O Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) também teve papel crucial na operação, com promotores do Grupo Especial Anticorrupção (GEAC) e do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO) coordenando as investigações. A ação reforça a estratégia do governo federal de desmantelar as bases econômicas das facções, utilizando inteligência financeira e cooperação interestadual.
Um golpe contra o crime organizado
A Operação Veritas Pecuniae é mais um passo no fortalecimento do combate ao crime organizado em Santa Catarina, que nos últimos anos tem intensificado esforços contra facções criminosas. A integração entre as forças de segurança e o uso de tecnologia para rastrear movimentações financeiras têm se mostrado ferramentas eficazes para desarticular redes como essa.
As autoridades ainda não divulgaram os nomes dos presos, mas afirmam que a operação atingiu figuras-chave da organização, incluindo líderes e operadores financeiros. As investigações seguem em andamento, com a análise do material apreendido podendo levar a novas fases da operação.
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