O humorista Léo Lins foi condenado a 8 anos e 3 meses de prisão por discurso de ódio em seu espetáculo de stand-up "Perturbador", realizado em 2022 e que acumulou cerca de 3 milhões de visualizações no YouTube. A sentença, proferida pela juíza Bárbara de Lima Iseppi, da 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo, foi anunciada pelo Ministério Público Federal (MPF) nesta terça-feira, 3 de junho de 2025. A decisão ainda cabe recurso.

Durante o show, Lins fez comentários considerados discriminatórios contra diversos grupos minoritários, abordando temas sensíveis como abuso sexual, racismo, pedofilia, zoofilia, gordofobia e até tragédias como o incêndio da Boate Kiss. Para a juíza, as falas ultrapassaram os limites da liberdade de expressão, configurando violações aos direitos fundamentais. “A liberdade de expressão não é um salvo-conduto para discursos discriminatórios, nem mesmo em atividades artísticas”, destacou Iseppi na sentença.

Além da pena de prisão, Lins foi multado em 1.170 salários mínimos, com base no valor de 2022, totalizando cerca de R$ 1,4 milhão, e deverá pagar R$ 303.600 em indenização por danos morais coletivos. O caso gerou ampla repercussão, reacendendo o debate sobre os limites do humor e a responsabilidade de figuras públicas.

A defesa do comediante anunciou que irá recorrer, argumentando que a condenação fere o princípio da liberdade de expressão. O caso promete continuar gerando polêmica enquanto aguarda novos desdobramentos no Judiciário.