Deputado Federal Sóstenes Cavalcante explica a origem dos R$ 430 mil em espécie apreendidos pela Polícia Federal
A investigação mira desvio de recursos da cota parlamentar e uso de empresas de fachada
Divulgação A Polícia Federal (PF) apreendeu R$ 430 mil em dinheiro vivo no dia 19 de dezembro, em um endereço ligado ao deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do seu partido na Câmara. A apreensão ocorreu durante a Operação Galho Fraco, um desdobramento de uma investigação que mira supostos desvios de recursos da cota parlamentar, lavagem de dinheiro e utilização de empresas tidas como de fachada. O parlamentar, por sua vez, defende-se publicamente, garantindo a licitude da quantia e negando qualquer irregularidade.

A versão do parlamentar
Em coletiva de imprensa realizada logo após a operação, o deputado Sóstenes Cavalcante afirmou que o montante apreendido é resultado da venda recente de um imóvel. Ele explicou que o comprador optou por realizar o pagamento em dinheiro, em espécie, e que a quantia não havia sido depositada em conta bancária por um "lapso", devido à rotina agitada de trabalho.
Sóstenes Cavalcante argumentou que o dinheiro era lícito e que seria incoerente guardar valores de origem ilegal em casa. Ele também refutou suspeitas relativas ao uso de locadora de veículos por meio da cota parlamentar, um dos focos da investigação. O deputado frisou que utiliza o serviço de maneira regular e opta por carros usados, buscando reduzir os custos do mandato.

Contrapontos da investigação
A apreensão dos R$ 430 mil ocorreu no flat funcional do parlamentar em Brasília, onde o dinheiro foi encontrado acondicionado em sacos pretos. A ação da PF, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), incluiu mandados de busca e apreensão também contra o deputado Carlos Jordy (PL-RJ). Os parlamentares tiveram seus celulares recolhidos para análise.
A Operação Galho Fraco investiga a possível atuação coordenada de agentes públicos e privados para desviar verbas. Segundo apurações, o esquema incluiria o uso de uma locadora de veículos que teria frota incompatível com os contratos firmados e indícios de ser uma empresa de fachada.
Um dos pontos de contraste levantados na investigação é o fato de Sóstenes Cavalcante ter declarado à Justiça Eleitoral, em 2022, um patrimônio total inferior a R$ 5 mil. Esse valor é incompatível com o grande volume de dinheiro em espécie encontrado pela Polícia Federal em seu poder. As investigações também apontam para movimentações financeiras expressivas e consideradas suspeitas nas contas de assessores ligados aos deputados. O parlamentar afirmou que enviará à Justiça todos os documentos e recibos que comprovem a aquisição e a posterior venda do imóvel.
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