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Joinville,09/05/2025

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BNDESPar afasta Anielle Franco e Carlos Lupi do Conselho da Tupy após pressão de mercado e fim de mandato

Fonte: redação360
 BNDESPar afasta Anielle Franco e Carlos Lupi do Conselho da Tupy após pressão de mercado e fim de mandato Flickr/MIR

A BNDESPar, braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), decidiu não reconduzir os ministros Anielle Franco (Igualdade Racial) e Carlos Lupi (ex-Previdência Social) ao conselho de administração da Tupy (TUPY3), encerrando a breve passagem de ambos pela governança da companhia. A decisão foi oficializada após assembleia de acionistas realizada no dia 30 de abril, e seguiu orientação do governo federal, controlador da estatal.

Dos três indicados pelo BNDESPar em 2023, apenas Vinícius Marques de Carvalho, atual ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), foi mantido no colegiado. A indicação dele foi renovada em meio a uma reformulação mais ampla na estrutura de governança da empresa catarinense, que atua globalmente no setor automotivo.



Anielle e Lupi haviam sido nomeados com salários mensais de R$ 36,1 mil, mas enfrentavam resistência desde o início de seus mandatos. A principal crítica, vinda de acionistas minoritários e membros do mercado, era a falta de experiência técnica dos dois em setores correlatos à atividade da Tupy. Também se questionava o possível conflito de interesses pelo fato de serem ministros em exercício.

Ambos foram alvo de um processo administrativo na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que investigava possíveis irregularidades em suas nomeações. A autarquia, no entanto, arquivou o caso sem apontar ilegalidades. Ainda assim, a permanência deles continuou gerando desconforto. O desgaste foi acentuado no caso de Lupi, que vinha enfrentando pressão no governo por conta de escândalos envolvendo fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Em nota, a BNDESPar afirmou que a substituição dos conselheiros ocorreu conforme o término dos mandatos, e que as novas indicações seguirão critérios de diversidade e experiência, "dentro dos parâmetros legais e alinhadas à orientação do controlador".

A assembleia também aprovou, com ampla maioria, as demonstrações financeiras da companhia referentes a 2024, que apontaram lucro líquido de R$ 79,5 milhões. Parte do montante foi destinado à reserva legal, e o restante à reserva especial para investimentos. Foi homologado ainda o pagamento de R$ 190 milhões em Juros sobre Capital Próprio (JCP), com base em resultados de exercícios anteriores. O repasse está previsto para janeiro de 2025.

A mudança no conselho ocorre em meio à transição da presidência da Tupy. Rafael Lucchesi, ex-diretor da Confederação Nacional da Indústria (CNI), assumiu o comando da empresa em 1º de maio, substituindo Fernando Rizzo. A escolha de Lucchesi também gerou apreensão entre investidores, que apontam sua falta de experiência executiva à frente de grandes companhias privadas como um possível risco à estratégia corporativa da Tupy.

Com a nova composição, o conselho de administração da Tupy terá nove membros titulares e até cinco suplentes. A eleição foi realizada por voto múltiplo, atendendo a um pedido de acionistas com mais de 5% do capital da empresa.

A expectativa agora gira em torno da escolha dos dois novos nomes que completarão o colegiado, e se o BNDESPar indicará perfis mais alinhados às exigências técnicas do setor ou manterá sua estratégia de incluir representantes do governo no ambiente corporativo.




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