Seja bem vindo
Joinville,22/07/2025

  • A +
  • A -
Publicidade

Operação "Entre Lobos" desmantela esquema de estelionato contra idosos em cinco estados

Ação do GAECO cumpre mandados de prisão e busca em 12 cidades, mira organização criminosa e bloqueia milhões em bens

Fonte: redação360/MPSC
Operação Divulgação

Na manhã desta terça-feira, 22 de julho de 2025, o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO), em apoio à Promotoria de Justiça de Modelo, no oeste de Santa Catarina, deflagrou a Operação Entre Lobos. A ação visa desarticular uma organização criminosa que explorava idosos e pessoas vulneráveis em um esquema sofisticado de estelionato, lavagem de dinheiro e patrocínio infiel. Foram cumpridos 13 mandados de prisão — oito preventivas e cinco temporárias —, além de 35 mandados de busca e apreensão em 12 municípios de cinco estados: Santa Catarina, Ceará, Rio Grande do Sul, Bahia e Alagoas. Também foram executadas 25 apreensões de veículos e 16 ordens de bloqueio de contas bancárias, limitadas a R$ 2 milhões por alvo, envolvendo 13 investigados e três empresas.

A operação mobilizou mais de 130 agentes do GAECO de Santa Catarina, com apoio de promotores de Justiça, da Polícia Militar de Santa Catarina, da Brigada Militar do Rio Grande do Sul e dos GAECOs do Ceará, Alagoas, Bahia e Rio Grande do Sul. As ordens judiciais, determinadas pelo Poder Judiciário, foram cumpridas na presença de representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), respeitando as prerrogativas da advocacia.


Esquema criminoso sofisticado

Iniciada há cerca de um ano, a investigação teve origem em denúncias sobre exploração financeira por meio de cessões de crédito judicial. O grupo criminoso abordava, principalmente, idosos e aposentados, oferecendo ações revisionais de contratos bancários. Após ajuizar essas ações, muitas vezes sem o pleno entendimento das vítimas, o grupo as induzia a assinar contratos de cessão de direitos judiciais por valores muito abaixo do devido, transferindo os créditos para empresas de fachada.

A organização também captava vítimas pela internet, utilizando o Instituto de Defesa do Aposentado e Pensionista (IDAP) como uma fachada institucional. Por meio de um site de alcance nacional, o grupo atraía aposentados, que assinavam documentos permitindo o ajuizamento de ações. As cessões de crédito, firmadas em cartórios para simular legalidade, garantiam ao grupo lucros exorbitantes, enquanto as vítimas, com idade média de 69 anos, recebiam quantias irrisórias.

Prejuízos milionários

A investigação identificou ao menos 215 vítimas, mas estima-se que mais de mil pessoas possam ter sido lesadas em diversos estados. Casos analisados revelam a gravidade do golpe: uma vítima com direito a R$ 146.327,17 recebeu apenas R$ 2.500,00 (1,71% do valor); outra, com crédito de R$ 117.711,86, ficou com R$ 2.500,00 (2,12%); e uma terceira, com R$ 115.660,20, recebeu apenas R$ 2.000,00 (1,73%).


Duas empresas de fachada, Ativa Precatórios, de Pinhalzinho (SC), e BrasilMais Precatórios, de Fortaleza (CE), foram centrais no esquema. A Ativa Precatórios liberou R$ 924.479,10 judicialmente, mas pagou apenas R$ 91.600,00 às vítimas (9,91% do total), apropriando-se de R$ 832.879,10. Já a BrasilMais Precatórios movimentou R$ 5.106.773,12, pagando apenas R$ 503.750,00 (9,86%), com uma apropriação de R$ 4.603.023,12. Somadas, as empresas desviaram mais de R$ 5,4 milhões, enquanto as vítimas receberam menos de 10% do que lhes era devido.


Modus operandi e patrocínio infiel

O grupo utilizava as empresas de fachada para formalizar cessões fraudulentas e dificultar questionamentos das vítimas. Alvarás judiciais eram emitidos em nome de um escritório de advocacia liderado pelo principal investigado, com valores posteriormente transferidos para as empresas ou divididos entre os membros do grupo. Planilhas de controle financeiro, procurações e substabelecimentos revelaram a divisão de lucros e a gestão do esquema.

A organização adquiria créditos judiciais após sentenças de primeira ou segunda instância, minimizando riscos processuais e maximizando lucros. Há fortes indícios de patrocínio infiel, com advogados atuando em conflito de interesses, violando a ética da profissão e desviando valores para o grupo.

Alcance nacional

O esquema operava em pelo menos quatro estados, Santa Catarina, Ceará, Alagoas e Rio Grande do Sul, com planos de expansão para Paraná, São Paulo e outras regiões. A Ativa Precatórios concentrava-se no oeste catarinense, enquanto a BrasilMais Precatórios atuava no Ceará e Rio Grande do Sul. O IDAP alcançava 37 comarcas nos três estados do Sul, ampliando o impacto do grupo.


Nome da operação

Batizada de “Entre Lobos”, a operação reflete a natureza predatória dos crimes, com advogados traindo a confiança de clientes vulneráveis. O nome também homenageia uma vítima falecida, de sobrenome Wolf, e outros idosos que morreram sem receber seus direitos.

Orientação às vítimas

Pessoas que acreditam ter sido lesadas devem procurar a Delegacia de Polícia Civil mais próxima para registrar um boletim de ocorrência, que será encaminhado ao Ministério Público. Também é possível contatar a Promotoria de Justiça de Modelo pelo WhatsApp (49) 99200-7462 ou a Ouvidoria do Ministério Público de Santa Catarina pelo e-mail ouvidoria@mpsc.mp.br ou telefone (48) 3229-9306/127, das 9h30 às 19h.

Impacto e próximos passos

A Operação Entre Lobos busca desmantelar a estrutura criminosa, proteger as vítimas e garantir a responsabilização dos envolvidos. O bloqueio de bens visa ressarcir os prejuízos causados. A investigação segue para dimensionar o alcance total do esquema e identificar todas as vítimas.

Siga-nos no Instagram para resumos e notícias diárias: @joinville_360




COMENTÁRIOS

Buscar

Alterar Local

Anuncie Aqui

Escolha abaixo onde deseja anunciar.

Efetue o Login

Recuperar Senha

Baixe o Nosso Aplicativo!

Tenha todas as novidades na palma da sua mão.