Santa Catarina está no caminho para um crescimento populacional expressivo nas próximas décadas, impulsionado principalmente pela chegada de migrantes. Segundo projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgadas em 19 de julho de 2025, a população do estado deve saltar de 8,2 milhões de habitantes em 2025 para 10,4 milhões em 2070, um aumento de quase 2,3 milhões de pessoas. Caso a estimativa se confirme, o estado pode ultrapassar o Rio Grande do Sul e se tornar o sexto mais populoso do Brasil, atrás apenas de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Paraná.

A migração é o principal motor desse crescimento. Entre 2017 e 2022, Santa Catarina registrou o maior saldo migratório do país, com 354,4 mil pessoas a mais, resultado da chegada de 503,6 mil imigrantes e da saída de 149,2 mil emigrantes. “A migração é peça-chave para entender o contexto local”, explica Marcio Minamiguchi, gerente de projeções e estimativas populacionais do IBGE. O estado atrai pessoas de diversas regiões, como São Paulo, Minas Gerais, Goiás e até do Pará, em busca de oportunidades de trabalho e qualidade de vida. Florianópolis, em especial, tem se destacado como um destino cobiçado, com novos moradores citando a segurança e o ambiente acolhedor como atrativos.

Aline Nascimento, de 40 anos, é um exemplo desse movimento. Após deixar o Rio de Janeiro com o marido Deni Chaves, 41, e o filho Vicente, 5, ela considera Florianópolis “um dos melhores lugares para a família morar”. No entanto, a chegada de tantas pessoas também traz desafios. “O custo de vida na região sul da ilha subiu muito. No pós-pandemia, os preços de imóveis e aluguéis dispararam”, conta Aline. A valorização imobiliária reflete a alta demanda, já que, segundo ela, “todo mundo quer morar aqui”.

Enquanto o Brasil deve enfrentar uma redução populacional de 14,2 milhões de habitantes até 2070, passando de 213,4 milhões em 2025 para 199,2 milhões, Santa Catarina segue uma tendência oposta. A queda na fecundidade, que impacta o crescimento populacional do país, é menos sentida no estado, onde o declínio populacional só deve começar em 2064, duas décadas após a média nacional, prevista para 2042. Além de Santa Catarina, outros cinco estados — Mato Grosso, Goiás, Amazonas, Roraima e Mato Grosso do Sul — também devem crescer em população até 2070. Roraima e Mato Grosso, com taxas de 45,5% e 35,2%, respectivamente, superam o crescimento projetado para Santa Catarina, de 27,6%.

Apesar das oportunidades, o aumento populacional traz preocupações. O estado enfrenta desafios como o encarecimento da vida, especialmente em Florianópolis, e a necessidade de infraestrutura para atender a nova demanda. Ainda assim, as desigualdades sociais em Santa Catarina são menos acentuadas do que em outras regiões do país, segundo Minamiguchi. “O estado tem diferenças sociais, mas não tão brutais quanto em outras unidades da federação”, afirma.

Siga-nos no Instagram para resumos e notícias diárias: @joinville_360