Vídeo: Israel bombardeia Quartel-General em Damasco e intensifica conflito com a Síria
Conflito interno no país árabe e tensões regionais motivam ofensiva israelense

Em meio a um conflito interno que já deixou mais de 100 mortos na Síria, o Exército de Israel realizou, nesta quarta-feira, 16 de julho de 2025, um bombardeio contra o quartel-general do Exército sírio em Damasco, capital do país. A ação, que marcou o terceiro dia consecutivo de ataques israelenses, teve como alvo o portão de entrada do quartel, segundo comunicado oficial das Forças de Defesa de Israel (IDF). A justificativa apresentada por Tel Aviv é a necessidade de manter a zona delimitarizada próxima à sua fronteira e proteger a minoria drusa, que vive na região sul da Síria, onde combates intensos entre tribos beduínas e forças drusas têm ocorrido.
Os confrontos no sul sírio, especialmente na cidade de Sweida, de maioria drusa, começaram no último domingo, 13 de julho, e já resultaram em 116 mortes, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, uma ONG baseada no Reino Unido. Entre as vítimas, estão 64 drusos, incluindo quatro civis, e 52 membros de forças governamentais e tribos beduínas. O Ministério da Defesa sírio confirmou 18 mortes entre militares. A escalada de violência expõe os desafios do novo líder sírio, Ahmed al-Sharaa, que assumiu o poder após a queda do regime de Bashar al-Assad, derrubado por uma ofensiva rebelde liderada por seu grupo.
Israel considera a presença de forças governamentais sírias em Sweida uma violação de acordos de desmilitarização, que proíbem o deslocamento de militares e armas para o sul do país, próximo às Colinas de Golã, ocupadas por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Segundo as IDF, os ataques também visam neutralizar ameaças à segurança do país, com os militares afirmando estarem “preparados para diversos cenários”. Além do bombardeio ao quartel em Damasco, Israel atacou Sweida, onde drones causaram vítimas civis, de acordo com a agência estatal síria Sana.
A violência na região reflete as tensões sectárias persistentes na heated Síria, um país com uma população majoritariamente sunita, mas com minorias como drusos, alauítas e curdos. Al-Sharaa, ex-líder de um grupo ligado à Al Qaeda, enfrenta o desafio de consolidar o poder e provar sua capacidade de governar democraticamente. Sua aproximação com os Estados Unidos, que retiraram sanções contra a Síria, contrasta com a desconfiança de parte da população devido ao seu passado. Enquanto isso, a expectativa é de que o novo governo sírio busque algum tipo de normalização com Israel, apesar da rivalidade histórica agravada pela ocupação das Colinas de Golã e pelos mais de 700 ataques aéreos israelenses no país nos últimos meses.
A situação na Síria permanece instável, com negociações entre facções drusas e o governo de Damasco em andamento, segundo a agência AFP. A comunidade internacional acompanha com preocupação, enquanto Israel reforça sua postura de vigilância na fronteira, intensificando a complexidade do xadrez geopolítico no Oriente Médio.
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