Carro voador da Embraer deslumbra em Paris e já tem 3 mil encomendas
Modelo eVTOL da Eve Air Mobility promete revolucionar mobilidade urbana com tecnologia elétrica e sustentável

A Embraer marcou presença no Paris Air Show 2025, um dos maiores eventos da aviação mundial, ao apresentar o protótipo em escala real do seu aguardado "carro voador", o eVTOL, desenvolvido pela sua subsidiária Eve Air Mobility. O veículo elétrico de decolagem e pouso vertical (eVTOL) impressionou o público com seu design moderno, operação silenciosa e tecnologia avançada, consolidando o Brasil como protagonista na corrida pela mobilidade aérea urbana. Com quase 3 mil encomendas já confirmadas por empresas de diversos países, o projeto, que recebeu investimentos de mais de R$ 1 bilhão, está cada vez mais próximo de se tornar realidade, com entregas previstas para 2027.
Desenvolvido para transformar o transporte em grandes cidades, o eVTOL da Embraer é 100% elétrico, com zero emissão de carbono, e promete ser uma alternativa mais acessível e sustentável aos helicópteros tradicionais. Com capacidade para transportar até quatro passageiros, além de um piloto, o veículo é equipado com um computador de bordo avançado, que exibe informações como origem, destino e tempo de viagem. Seu design inovador, com oito hélices para voo vertical e asas fixas para cruzeiro, garante eficiência e segurança, com até 90% menos ruído em comparação com helicópteros convencionais. A autonomia máxima de 100 km é ideal para trajetos curtos, reduzindo, por exemplo, uma viagem de uma hora em São Paulo para apenas 15 minutos.
A produção do EVE-100, como é chamado o modelo, será realizada em Taubaté, no interior de São Paulo, em uma fábrica com capacidade para fabricar até 480 unidades por ano. Parcerias estratégicas com gigantes como Porsche Consulting, DHL, Thales e Honeywell reforçam a robustez do projeto, que também conta com aportes financeiros do BNDES e do Citibank. No entanto, antes de decolar oficialmente, o eVTOL precisa ser certificado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), um processo que está em andamento e deve ser concluído até 2027.
Além da inovação tecnológica, o projeto também enfrenta desafios logísticos. Segundo Emerson Granemann, CEO da MundoGEO, a operação do eVTOL exigirá a construção de vertiportos, estruturas específicas para pouso, decolagem e recarga das baterias, distintas dos helipontos tradicionais. Um sistema digital de controle de tráfego aéreo também será necessário para gerenciar o fluxo dessas aeronaves nas cidades. Inicialmente, o serviço será voltado para empresas de transporte, como táxis aéreos operados por aplicativos, com planos futuros para avaliar voos privados.
Com encomendas de países como Noruega, Austrália, Quênia, Dubai, Reino Unido e Estados Unidos, além de 285 unidades confirmadas para o Brasil, o eVTOL da Embraer já é visto como um marco da engenharia nacional. A expectativa é que, ao entrar em operação, ele não apenas facilite a mobilidade urbana, mas também posicione o Brasil na vanguarda de um mercado global que pode movimentar até US$ 280 bilhões até 2045, com 30 mil aeronaves em circulação e 3 bilhões de passageiros transportados anualmente.
O veículo, que já passou por testes de um protótipo em escala real em Gavião Peixoto (SP), representa um passo ousado da Embraer em direção à inovação disruptiva. “O eVTOL será uma opção mais segura, silenciosa e acessível para a mobilidade aérea urbana”, afirmou um representante da Eve, destacando o potencial do veículo para transformar a forma como as pessoas se deslocam em metrópoles congestionadas.
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