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Joinville,22/07/2025

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Alerta: Mounjaro e Wegovy podem reduzir eficácia de anticoncepcionais orais

Entenda como esses medicamentos para emagrecimento afetam a absorção de pílulas e o que fazer para evitar surpresas

Fonte: The Conversation
Alerta: Mounjaro e Wegovy podem reduzir eficácia de anticoncepcionais orais Foto: Getty Images

Medicamentos como Mounjaro (tirzepatida) e Wegovy (semaglutida), amplamente utilizados para tratar obesidade e diabetes tipo 2, estão no centro de uma discussão importante: eles podem comprometer a eficácia de anticoncepcionais orais, aumentando o risco de gravidezes indesejadas. Relatos de casos, apelidados de “bebês Ozempic”, têm chamado a atenção de especialistas e levado órgãos regulatórios, como a agência de medicamentos do Reino Unido, a emitir alertas sobre o tema.


Esses remédios pertencem à classe dos análogos de GLP-1, que imitam hormônios intestinais responsáveis por controlar o apetite e a glicose no sangue. O Mounjaro, por exemplo, atua tanto no receptor GLP-1 quanto no GIP, potencializando seus efeitos. Já o Wegovy foca apenas no GLP-1. Ambos desaceleram o esvaziamento gástrico, o que pode interferir na absorção de medicamentos orais, incluindo as pílulas anticoncepcionais. Um estudo de 2024 mostrou que a tirzepatida reduz em 20% a quantidade de etinilestradiol — um estrogênio sintético presente nas pílulas combinadas — na corrente sanguínea, além de retardar sua absorção em até quatro horas. Esse atraso compromete a capacidade do anticoncepcional de prevenir a ovulação. A semaglutida, princípio ativo do Wegovy, tem um impacto menos expressivo, mas ainda significativo.

Outro fator que preocupa é a ocorrência de efeitos colaterais como vômitos e diarreia, comuns em 12% e 23% dos usuários de Mounjaro, respectivamente. Esses sintomas podem expulsar o medicamento do corpo antes que ele seja absorvido, reduzindo ainda mais a eficácia da pílula. Além disso, a perda de peso promovida por esses fármacos pode aumentar a fertilidade, especialmente em mulheres com obesidade ou condições como a síndrome dos ovários policísticos, o que eleva o risco de gravidez mesmo com o uso de contraceptivos orais.

Para minimizar riscos, especialistas recomendam o uso de métodos contraceptivos adicionais, como preservativos, especialmente nas primeiras quatro semanas após o início do uso de Mounjaro ou Wegovy. Métodos não orais, como DIUs, implantes ou adesivos transdérmicos, não são afetados, já que sua absorção não depende do sistema digestivo. A Eli Lilly, fabricante do Mounjaro, reforça que o medicamento deve ser usado sob orientação médica e alerta sobre a possibilidade de interação com outros remédios orais, conforme indicado na bula. A Novo Nordisk, responsável pelo Wegovy, afirma que estudos clínicos não apontaram impactos significativos da semaglutida na absorção de anticoncepcionais, mas a cautela ainda é necessária.

O endocrinologista Renan Montenegro Jr., da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade, destaca que os efeitos gastrointestinais são mais intensos nas primeiras semanas de tratamento, o que reforça a importância de um acompanhamento médico rigoroso. Mulheres que utilizam esses medicamentos devem conversar com seus médicos para avaliar a melhor estratégia contraceptiva e evitar surpresas. A obesidade é uma condição complexa, e o uso desses fármacos, embora eficaz, exige cuidado e planejamento.




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